O papel do professor bibliotecário na valorização do voluntariado de leitura
O contributo do professor bibliotecário é decisivo para dar solidez ao projeto e criar boas condições para fortalecer a ligação entre alunos, livros e voluntários. Pequenos gestos, uma boa articulação e um planeamento cuidado podem facilitar o acompanhamento, reforçar o impacto junto dos alunos e fazer do voluntariado de leitura uma experiência ainda mais significativa.
Com presença atenta e continuidade, é possível tornar a leitura a par uma prática regular e com impacto real no desenvolvimento dos alunos.
Algumas ideias-chave
- Integração do projeto no plano da biblioteca
Quando o projeto faz parte do plano da biblioteca, ganha consistência e visibilidade, e torna-se mais fácil integrá-lo na vida da escola, sobretudo quando há espaço para pequenos gestos intencionais ao longo do ano.
- Inclua a leitura a par como atividade regular e sistematizada, com horários definidos e registos de progresso dos alunos;
- Promova sessões com partilha de resultados e boas práticas entre todos os envolvidos nos momentos de avaliação previstos na escola.
- Planeamento e articulação
O início do ano é uma oportunidade para criar alinhamento entre todos os envolvidos. Quanto mais claro for o ponto de partida, mais simples se torna o caminho ao longo do ano.
- Defina, com os docentes titulares, critérios claros para seleção dos alunos, com base em diagnósticos reais de dificuldades ou necessidades de treino;
- Reúna com os voluntários e os professores titulares para clarificar objetivos, rotinas e o perfil de cada aluno.
- Organização do espaço para as sessões
O ambiente físico influencia diretamente a concentração, o conforto e a relação de confiança entre os alunos e o voluntário. Um espaço bem preparado ajuda os alunos a sentirem que aquele é um tempo especial de atenção e descoberta. Por isso, sempre que possível:
- Escolha um espaço calmo e sem interrupções, idealmente com pouca circulação de pessoas para evitar distrações. Pode ser um canto da biblioteca, uma sala pequena ou uma zona delimitada com biombos.
- Crie um ambiente acolhedor e simples: duas cadeiras confortáveis, uma pequena mesa, iluminação suave e fácil acesso aos livros;
- Proporcione privacidade sem isolamento: o aluno deve sentir-se à vontade, mas ainda dentro de um espaço protegido pela escola.
- Tente espaçar fisicamente os pares e limitar o ruído, se houver mais do que uma sessão a decorrer em simultâneo.
- Apoio continuado aos voluntários
Formas simples de acompanhamento fazem a diferença na qualidade das sessões e na motivação dos voluntários, sobretudo quando sentem que não estão sozinhos.
- Disponibilize algum tempo para:
- apresentar a direção, docentes e funcionários;
- dar a conhecer a biblioteca e os espaços da escola;
- enquadrar o trabalho a realizar;
- orientar os voluntários no conhecimento e seleção de livros adequados aos alunos;
- Sugira modalidades de leitura e estratégias de mediação simples: leitura partilhada, releitura expressiva, perguntas antes/durante/depois da leitura, …
- Acompanhe regularmente os voluntários com momentos de escuta e partilha informal.