[Iniciativa do projeto PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares, o concurso “Isto também é comigo!” distingue, todos os meses, um texto de opinião da autoria de estudantes do ensino secundário, tendo como ponto de partida para a reflexão um trabalho do PÚBLICO — que, em março de 2025, foi Vida Justa quer que Marcelo suspenda demolições de bairros autoconstruídos, de Agência Lusa, 21 de março de 2025. Integraram o júri, nesta edição de março: Luísa Gonçalves, jornalista, PÚBLICO na Escola; Anabela Solinho, professora, AE António Correia de Oliveira, em Esposende; João Lourosa, aluno do 12.º ano do Agrupamento de Escolas de Tondela; e Carla Fernandes, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da RBE.
Habitação e dignidade para todos«Ativistas consideram inaceitável que Estado e autarquias promovam ou permitam demolições sem primeiro garantir alternativas habitacionais justas e dignas», lê-se no jornal PÚBLICO. Nos últimos meses, temos assistido à proliferação de bairros autoconstruídos e à respetiva demolição. Estes acontecimentos fazem-nos refletir sobre a crise habitacional que o país enfrenta, sobre as condições desumanas em que estas pessoas vivem e sobre a violação dos seus direitos à habitação. Esta destruição causa revolta e preocupação, tanto àqueles que são afetados, como aos que assistem de fora ao desrespeito a que estas pessoas estão sujeitas. O movimento “Vida Justa” apela ao Presidente da República que suspenda as demolições e promova políticas de habitação, para que as classes mais desfavorecidas possam ter direito a uma residência própria. Penso que este problema deveria ser discutido e resolvido o quanto antes. Deixar estas pessoas na miséria e na pobreza é um atentado à sua segurança, higiene e, no fundo, à dignidade humana. É inaceitável que famílias do país inteiro vivam em condições desumanas e que as próprias casas sejam demolidas sem garantia de uma habitação digna. A demolição deste tipo de bairros é um tema complexo que envolve questões de organização do território, sociais e de direitos humanos. Muitas vezes, afeta famílias vulneráveis que construíram as suas casas por absoluta necessidade e não por escolha própria. Em vez de simplesmente destruir, os governantes deveriam priorizar políticas de urbanização e de organização de território adequadas. A remoção, sem um aviso prévio ou diálogo, apenas agrava as desigualdades e, eventualmente, gera conflitos sociais. Deverá garantir-se que os direitos dos moradores sejam respeitados e que se implementem soluções definitivas e não meramente transitórias. Este tipo de problemas conduz a uma discriminação acrescida daqueles que possuem baixos rendimentos. A divulgação deste assunto nas redes sociais e nos órgãos de comunicação social ajuda à consciencialização sobre este flagelo e, possivelmente, a algum tipo de ação futura. Luciana Rodrigues, do 11.º anoAgrupamento de Escolas de Oliveira de Frades |