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Literatura infantojuvenil e a educação intercultural

Sofia Ferreira | Fundação Aga Khan Portugal

Porventura nunca como hoje, o Pluralismo e uma ética cosmopolita foram tão importantes para que os indivíduos, as comunidades e as nações possam enfrentar de forma concertada e solidária os desafios que se apresentam à humanidade. A educação é um aspeto fulcral na preparação de todos para lidar e superar com estes desafios, objetivamente plasmados na Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A OCDE enunciou, neste âmbito, um “learning compass” para, metaforicamente, guiar os jovens num mundo que é cada vez mais “complexo, volátil e incerto (Schleisser, 2019), apresentando um conjunto de competências (conhecimentos, aptidões, atitudes, valores) que os estudantes devem adquirir para estarem preparados para um futuro que se faz cada vez mais próximo. De entre as três competências-chave transformativas que esta Bússola de Aprendizagem enuncia, faz parte “Conciliar tensões e dilemas” resolvendo problemas complexos, aprofundando e equilibrando as próprias posições com posições opostas e cultivando relações de respeito e empatia. O olhar que construímos sobre nós mesmos e o outro é, desta forma, fundamental e as narrativas pessoais e coletivas estão intimamente associadas a este olhar e ao (re)conhecimento da(s) identidade(s) e diversidade(s).

A investigação tem sido muito clara relativamente ao potencial educativo da literatura infantil para a Educação Intercultural. Os livros são artefactos culturais que veiculam os estilos de vida, relações de poder, normas culturais, posições ideológicas e sentidos sociopolíticos, princípios éticos, entre outros aspetos, que caracterizam uma determinada sociedade, num tempo histórico específico – como referem Morgado & Pires (2010) a literatura infantil nunca é neutra.

Simultaneamente, investigações no âmbito da psicologia social mostram como os preconceitos e os estereótipos se formam muito cedo. Infelizmente, muitos livros que são lidos às crianças reforçam esses mesmos preconceitos ou estereótipos ou não apresentam alternativas. Contudo, que a literatura infantojuvenil e o diálogo que poderá ter lugar a partir da mesma, é um meio privilegiado para fomentar o conhecimento e valorização das identidades múltiplas, para desfazer preconceitos e estereótipos, para o desenvolvimento de competências socioemocionais, cognitivas e literácitas. 


O projeto Leitura Inclusiva Partilhada – PLIP

Célia Sousa | Instituto Politécnico de Leiria

Todos sabemos que a leitura é fundamentalmente um ato cognitivo, o que significa que a perceção que se tem da tarefa de ler e dos seus objetivos desempenha um papel determinante, pois é esta compreensão que vai tornar operacionais e eficazes as outras competências.

Mas, na verdade, nem todas as crianças conseguem aceder à leitura através do “livro normal” devido às suas diferentes capacidades. Nesse sentido, é necessário proceder à adaptação/tradução dos referidos livros de modo a que todos os públicos possam ter acesso à leitura.


Projeto Aprender a incluir

Susana Pedro | Associação Sociedade do Bem, Évora

O projeto Aprender a Incluir parte das emoções de cada um para promover a inclusão, através da conceção, edição, apresentação e distribuição de um manual infanto-juvenil que, de uma forma lúdica e dinâmica, apoie as crianças e jovens a desenvolver a inteligência emocional e social.

O manual, Quase tudo sobre as tuas emoções, é o resultado de um projeto colaborativo desenvolvido em contexto escolar e que envolveu crianças e jovens de escolas de 6 concelhos do Alentejo Central.

O projeto foi implementado pela Associação Sociedade do Bem, em parceria com a Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens e com a Rede de Bibliotecas Escolares, no âmbito do Projeto Intermunicipal de Inclusão pela Cultura, promovido pela CIMAC - Transforma - Programa para uma Cultura Inclusiva no Alentejo Central.


Painel Todos Juntos Podemos Ler: Boas Práticas

Agrupamento de Escolas de Vidigueira

O Juntos.com surgiu no ano letivo 2017/2018, a partir da necessidade de criar um projeto adequado para os 12% de alunos de etnia cigana do Agrupamento de Escolas de Vidigueira.

Numa primeira fase, o programa propunha o trabalho com os estudantes de etnia do 1º ciclo, uma hora por semana, em três domínios específicos: ( i ) leitura e escrita; (ii) cidadania e (iii) intercâmbio cultural, desenhando-se e dinamizando-se atividades que os dotassem de ferramentas ao nível pedagógico, emocional e comportamental, bem como a valorizar a escola. Este ano, o Juntos.com iniciou uma nova fase, trabalhando os mesmos domínios, mas ajustando as sessões a um grupo de estudantes na faixa etária entre os catorze e os dezassete anos.

Com este projeto, a biblioteca escolar está a encurtar as assimetrias culturais, pedagógicas e de acesso a bens culturais, que se notam nesta franja de alunos, bem como a difundir e a trabalhar a visão e os valores alicerçados no Projeto Educativo do Agrupamento, nomeadamente, valores de cidadania ativa, equidade, igualdade de oportunidades no acesso à educação e ao sucesso educativo.

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Agrupamento de Escolas Coimbra Centro

No âmbito do programa Todos Juntos Podemos Ler, a biblioteca escolar apresentou o projeto “Tem de S(L)er!”, enquadrado no trabalho já desenvolvido anteriormente com o projeto “Leituras à Medida”. No sentido de dar seguimento aos princípios orientadores, nomeadamente, para proporcionar leituras em formatos acessíveis (linguagem simbólica, braille, LGP, tradução em francês e inglês), a equipa de trabalho dá continuidade à produção de materiais diferenciados, em articulação com os diferentes intervenientes no processo educativo. O objetivo principal do projeto é promover o sucesso escolar, criando oportunidades de leitura para todos os alunos, incluindo os que apresentam maiores necessidade educativas. Os recursos em formato papel estão disponíveis na Biblioteca Escolar e os recursos digitais na página da Biblioteca Escolar e respetivas redes sociais, inseridas na página do Agrupamento de Escolas de Coimbra Centro.

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Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja, Odivelas

O projeto desenhado pelas bibliotecas escolares do Agrupamento de Escolas Moinhos da Arroja, em dezembro de 2018, intitulado "Com diferentes formas de ler, todo o aluno pode aprender!", assenta em três ações estratégicas:

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Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro – Idanha-a-Nova 

O Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro de Idanha-a-Nova integrou o projeto Todos Juntos Podemos ler, intitulado “LER + COM TODOS” com 3 ações distintas:

De entre as atividades propostas destaca-se a elaboração e a adaptação de materiais de leitura, de modo a torná-la mais acessível a todos. É disto exemplo, o livro “A bola e o pássaro”, numa versão adaptada com símbolos pictográficos ARASAAC, potenciando o princípio da democracia leitora, pois é a partir das leituras adaptadas que conseguiremos alcançar a educação universal.

A necessidade de eliminar barreiras e proporcionar igualdade de oportunidades, levou-nos então muito além do nosso projeto inicial. Assim, está a ser feita uma versão em braile e, em parceria com o Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva de Castelo Branco, Escola de Referência para a Educação Bilingue, uma nova edição em formato digital, traduzida para Língua Gestual Portuguesa.

 

 

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